O senador Styvenson Valentim (PSDB) tem afirmado publicamente que está construindo hospitais no Rio Grande do Norte por meio de suas emendas parlamentares. No entanto, uma investigação aponta que os recursos destinados por ele não são diretamente aplicados na construção dessas unidades, mas sim no custeio de despesas de uma entidade privada, a Liga Contra o Câncer, que posteriormente utiliza os valores economizados para erguer novos hospitais.
Segundo apuração do portal O Potiguar, os recursos são repassados do Fundo Nacional de Saúde para fundos municipais, sob a justificativa de custear serviços médicos e hospitalares. No entanto, o senador solicitaria que as prefeituras repassassem os valores à Liga, que, por sua vez, usa a verba para sustentar suas operações e, com a economia gerada, investe na construção de unidades de saúde.
Essa prática, conforme especialistas, pode prejudicar o planejamento do governo federal, que contabiliza as emendas como verba destinada a serviços de saúde, limitando o repasse de novos recursos ao estado. Além disso, ao comprometer o teto financeiro da Liga no Sistema Único de Saúde (SUS), a entidade pode perder a possibilidade de receber novos repasses para atendimentos.
Após a construção, os hospitais ficam sob propriedade da Liga Contra o Câncer, e não do poder público, permitindo que Styvenson reivindique a autoria da obra sem que o empreendimento esteja oficialmente registrado como um projeto público.
O modelo já foi utilizado para a construção do Centro de Diagnóstico e Ensino do Seridó, além de um hospital em Natal, conforme relatório da própria Liga, que detalha a origem dos recursos. Emendas de Styvenson totalizaram R$ 29,1 milhões, destinadas ao custeio da entidade, permitindo a execução das obras.
A prática levanta debates sobre transparência e planejamento na aplicação de verbas públicas, gerando questionamentos sobre os reais impactos na saúde pública do Rio Grande do Norte.
*Com informações do Portal O Potiguar
Foto: Reprodução
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