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Polícia: Justiça concede habeas corpus e MC Poze do Rodo é solto após quatro dias de prisão no Rio de Janeiro

O cantor de funk MC Poze do Rodo, cujo nome verdadeiro é Marlon Brendon Coelho Couto, foi libertado na segunda-feira, 2 de junho de 2025, após permanecer detido por quatro dias. A decisão de conceder habeas corpus foi proferida pelo desembargador Peterson Barroso Simão, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O magistrado considerou que a prisão temporária do artista era desnecessária para o andamento das investigações conduzidas pela Polícia Civil, que apuram suspeitas de apologia ao crime e possível envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho.

A prisão de MC Poze ocorreu em 29 de maio de 2025, em sua residência localizada no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. A operação foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que alegaram que o cantor promovia shows em áreas dominadas pela referida facção, com a presença de indivíduos armados, e que suas letras fariam apologia ao tráfico de drogas.

Na decisão que revogou a prisão, o desembargador Peterson Barroso Simão destacou que a detenção do artista não era imprescindível para o prosseguimento das investigações. Além disso, o magistrado criticou a forma como a prisão foi executada, mencionando indícios de irregularidades, como o uso de algemas e a ampla exposição midiática do cantor, o que será objeto de apuração posterior.

Com a concessão do habeas corpus, MC Poze foi libertado mediante o cumprimento de medidas cautelares, incluindo: comparecimento mensal ao juízo para informar e justificar suas atividades; proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial; obrigação de manter contato com a justiça, fornecendo número de telefone para eventual comunicação; proibição de mudar de endereço sem prévia comunicação ao juízo; proibição de manter contato com pessoas investigadas no mesmo inquérito, testemunhas ou indivíduos ligados à facção criminosa mencionada; e entrega do passaporte à Secretaria do Juízo.

A defesa do cantor argumentou que a prisão foi baseada em provas frágeis e subjetivas, como vídeos e fotos de apresentações em comunidades e letras de músicas que mencionariam traficantes. Os advogados alegaram ainda que a detenção representava uma perseguição cultural e uma violação à liberdade de expressão, especialmente por se tratar de manifestações artísticas oriundas de comunidades periféricas.

Após a libertação, a equipe de MC Poze utilizou as redes sociais para informar os fãs sobre a soltura e convocá-los para uma recepção em frente ao Complexo de Gericinó, onde o cantor estava detido. A publicação convidava os admiradores a demonstrarem apoio de forma pacífica e organizada.

O caso de MC Poze do Rodo levanta discussões sobre os limites entre a liberdade artística e a apologia ao crime, além de suscitar debates acerca da atuação das autoridades em relação a artistas oriundos de comunidades periféricas. A investigação prossegue, e o cantor deverá cumprir as medidas cautelares impostas pela justiça enquanto aguarda o desfecho do processo.

Foto: Reprodução

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