O julgamento do policial militar Pedro Inácio Araújo de Maria, acusado de estuprar e assassinar a universitária Zaira Dantas Silveira Cruz durante o Carnaval de 2019 em Caicó (RN), foi abruptamente interrompido na tarde de terça-feira, 3 de junho de 2025. A suspensão ocorreu após a defesa do réu abandonar o plenário do Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, levando à dissolução do Conselho de Sentença e à necessidade de remarcação da sessão do júri .
O caso, que gerou ampla comoção social, envolve acusações de homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, motivo torpe e meio cruel, além de estupro. Inicialmente, o processo tramitou na 3ª Vara da Comarca de Caicó, mas a defesa solicitou e obteve o desaforamento para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri na região do Seridó, devido à repercussão do caso .
O julgamento estava previsto para durar cinco dias, com 22 depoimentos programados, incluindo o do réu e de testemunhas de defesa e acusação. O processo conta com aproximadamente 7 mil laudas e, devido ao sigilo de justiça, o acesso ao salão do júri foi restrito aos familiares da vítima e do réu .
A decisão de desaforamento foi tomada pelo desembargador Amaury Moura Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), que considerou subsistentes as alegações da defesa sobre a possibilidade de parcialidade do júri na comarca de origem, em virtude da ampla divulgação do caso pela imprensa e manifestações públicas .
A suspensão do julgamento representa mais um capítulo na longa trajetória judicial do caso, que se estende por mais de seis anos desde o crime. A nova data para a realização do júri ainda será definida pelo TJRN.
Foto; Reprodução
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