O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu, pela primeira vez, uma licença prévia ambiental para um projeto de energia eólica offshore no Brasil. O empreendimento será implantado no município de Areia Branca (RN) e representa um marco para o desenvolvimento da geração de energia limpa no ambiente marinho brasileiro.
O projeto é uma planta-piloto experimental coordenada pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), vinculado ao SENAI-RN, com apoio do Ministério de Minas e Energia (MME). A iniciativa pretende testar e validar tecnologias, metodologias e práticas regulatórias, servindo como referência para futuros projetos eólicos em alto-mar no país.
Com dois aerogeradores instalados a aproximadamente 4,5 km da costa, o sistema terá uma capacidade instalada total de 24,5 megawatts (MW). A energia gerada será destinada ao abastecimento do Porto-Ilha de Areia Branca, substituindo o uso de geradores a diesel e promovendo uma significativa redução nas emissões de gases poluentes.
Além dos aspectos técnicos e ambientais, o projeto se destaca pelo diálogo com comunidades locais, especialmente as populações pesqueiras de Cristóvão e Ponta do Mel, que participaram de audiências públicas e oficinas. Em resposta às preocupações levantadas — como impactos na pesca e na fauna marinha — foi elaborado um plano de mitigação e monitoramento socioambiental, com ações de educação ambiental, cartografia social e inclusão da comunidade em atividades de acompanhamento e avaliação.
O cronograma prevê a entrada em operação da planta-piloto em 2027, após a obtenção das licenças subsequentes (de instalação e operação).
A iniciativa acontece em um momento estratégico, após a aprovação do marco legal da energia offshore (Lei nº 15.097/2024), que autoriza a cessão de áreas marítimas para geração renovável. A experiência de Areia Branca poderá guiar os primeiros leilões de áreas marítimas previstos para 2025 e consolidar o Brasil como protagonista na produção de energia limpa em ambiente marinho, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que concentram grande parte do potencial eólico offshore nacional.
Foto: Reprodução
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