Ainda há esperanças: jovem gênio baraunense traz aparelhos de som raros de volta à vida

Por intermédio do Clube do Vinil Mossoró tive a satisfação de conhecer estes dias Douglas Leandro pessoalmente. Em seu perfil no grupo, sem foto, imaginava encontrar um idoso, ou talvez, um senhor de meia idade, mas qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um  jovem de 24 anos, de Baraúnas, um verdadeiro “garoto prodígio”. Apaixonado por música e eletrônica, e que surpreende pelas múltiplas habilidades e pelo gosto requintado.

“A música sempre esteve presente em minha vida, graças aos meus avós, boa música nunca faltou. No dia-a-dia e desde os primeiros anos, a música tem sido a principal inspiração para mim.” Diz.

Ainda segundo Leandro, desde criança sempre teve muita curiosidade em saber como as coisas funcionavam, principalmente as eletrônicas voltadas a música como rádios, toca-discos e toca-fitas.

Pelas suas mãos, por exemplo, voltou à vida um Gramofone portátil HMV 101, máquina centenária que ele resgatou pela internet aos pedaços e deu-lhe nova vida (fotos abaixo). O modelo era um dos seus sonhos de infância, ainda bem ali.

“Quando tive a oportunidade de adquirir um, mesmo em péssimo estado, foi um grande dia, então me dediquei a sua restauração e hoje ele está praticamente finalizando. Ainda tem uma coisinha ou outra, mas está em pleno funcionamento. Sempre fico satisfeito em fazer exibições para quem tiver interesse em ver e ouvir esse pedacinho do passado nos dias de hoje.” Comemora.

Leandro se diz um “redescobridor”, e comenta que, com o avanço da tecnologia moderna, os velhos métodos e conhecimentos estão sendo esquecidos, apesar da grande facilidade de informações dos dias de hoje. Segundo ele, métodos e técnicas que foram descontinuadas e hoje se tornam um desafio, assim tem buscado redescobrir cada uma delas, seja para a confecção de um rádio ou restauração de um aparelho antigo.

“Creio ser um privilégio trazer de volta ao pleno funcionamento um aparelho antigo pois cada um tem sua história e seu valor emocional e como um símbolo da engenhosidade humana”. Comenta o jovem.

Cursando faculdade de música, Leandro diz que quer aprimorar mais os conhecimentos para ter mais oportunidades de alcançar seus objetivos.

“Mas quero manter a arte da restauração e manutenção em aparelhos antigos, pois vejo esse lado como uma terapia e dá gosto de fazer. Esse tipo de serviço está cada vez mais raro e pretendo me especializar mais. Quem sabe montar uma pequena oficina para dobrar a velocidade dos reparos. Mas não tenho pressa pois cada parte busco fazer com bastante atenção para manter o padrão de qualidade afinal são partes da história.” Diz orgulhoso em meio aos seus tesouros, na casa-oficina, quase um museu particular, que abriga, dentre outras coisas um cilindro fonográfico original, uma espécie de tataravô dos discos de vinis, patenteado por Thomas Edison (foto abaixo).

Confira o funcionamento do fonógrafo no link abaixo.

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Por Caio César Muniz.