O setor cultural, um dos setores afetados com a paralisação de suas atividades, em função do Coronavirus em 2020, entra mais um ano de expectativas. A pandemia mostrou as possibilidades necessárias para o setor público, bem como, os caminhos para os trabalhadores da cultura.
Ficou muito claro a classe artística, que para ter acesso aos recursos públicos, a exemplo da Lei Aldir Blanc, são necessários mais que palavras. A Lei foi aprovada, o recurso foi enviado, porém, a burocracia imposta pelo setor governamental não foi alterada.
É necessário, no mínimo, comprovar atuação por meio de portfólio, curriculum ou outro instrumento material. Ter uma conta bancária para receber o recurso pleiteado, certidões negativas de débitos do município, estado e União, e ainda, saber como usar, como prestar contas. regra para pessoas físicas e pessoas jurídicas.
Ainda, é necessário materializar uma ideia em projeto justificando a utilização do recurso pleiteado com objetivos bem definidos. Essa leitura poderá não fazer diferença para quem está há anos produzindo de forma independente pela própria existência. Pensando o setor cultural principalmente, é muito importante saber os caminhos para usufruir de tais recursos, se for o caso.
Aos gestores públicos, ficou o legado do cuidado, a necessidade da institucionalização cultural nos municípios; a criação com o devido cumprimento de leis que facilitem o acesso ao fomento, o apoio e articulação.
Se faz urgente o debate, a aglutinação de ideias, o aconchego em vez de fazer vista grossa para espaços de debate como fóruns, conferências, setoriais; o fortalecimento dos conselhos de cultura é um caminho, aliado a implantação e funcionamento dos fundos de cultura. A valorização dos planos de cultura, o apoio e muita coisa que é possível na retomada gradativa das atividades presenciais.
BERG BEZERRA, produtor cultural, ator e diretor teatral.
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