Por Caio César Muniz
Poeta e jornalista.
14 de março, Dia Nacional da Poesia, mas sem poesia nas ruas do Rio Grande do Norte. Ao invés disto, medo, terror, criminalidade. Facções criminosas assombraram várias cidades do Estado e impôs um sentimento de apreensão na população.
No dia seguinte, dia 15 tínhamos a missão de executar um projeto cultural de uma envergadura inédita, durante três dias e com atrações de várias regiões do Nordeste, o 1º Encontro Mossoroense de Cultura Popular.
Além dos ataques, pesavam as possibilidades de chuvas e ainda questões burocráticas de última hora, tudo se encaminhando para que adiássemos o evento, sem contar a pressão de algumas pessoas e mesmo a desistência de alguns artistas e convidados.
Decidimos não nos render ao medo e enfrentar qualquer intempérie com teimosia e força. Contamos com o apoio das forças de segurança que se comprometeram a fazer rondas constantes nas imediações da Estação das Artes Elizeu Ventania, local do Encontro e assim seguimos.
Os três dias foram de festa da cultura popular, mais de quinze horas de uma tertúlia maravilhosa, de poesia e de formação, de aprendizagem e intercâmbio. A cultura venceu. Não nos rendemos ao medo.
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