A deputada federal Marussa Boldrin (MDB-GO) divulgou uma carta aberta em suas redes sociais na qual acusa o marido, Sinomar Júnior, de agressões físicas e psicológicas. Segundo o relato, os abusos começaram logo após o nascimento da primeira filha e se intensificaram a partir de 2023, quando teriam começado as agressões físicas.
Ao anunciar a denúncia, Marussa encerrou a carta com um desabafo comovente:
“Não quero mais carregar essa dor calada. Não quero mais fingir que está tudo bem. Não aceito mais ser abusada, nem física, nem moral, nem psicologicamente. Hoje, eu começo a escrever um novo capítulo da minha vida. Um capítulo de cura, de força, de dignidade. Por mim. Pelos meus filhos. Por todas nós.”
Durante o texto, ela descreve o relacionamento como abusivo e afirma que tornar público o ocorrido é um ato de coragem. Marussa relata que durante anos se manteve calada por medo e vergonha, mesmo diante de situações degradantes:
“Durante anos, fui silenciada dentro da minha própria casa. Fui desvalorizada, desacreditada, diminuída como mulher, como mãe e como profissional. E, por muito tempo, acreditei que suportar em silêncio era o caminho. Hoje, sei que não era.”
Ela explica que as agressões psicológicas começaram com o distanciamento do marido após o nascimento da filha:
“O homem que havia jurado cuidar de mim se afastou, emocional e fisicamente, e as agressões psicológicas começaram.”
Esse silêncio, segundo a parlamentar, foi alimentado pelo medo e pela esperança de mudança:
“Meu silêncio por tantos anos foi por medo, vergonha e por acreditar que tudo poderia mudar.”
A situação agravou-se ainda mais com a descoberta de uma traição, mesmo assim ela tentou preservar o casamento:
“Mesmo depois de descobrir uma traição, em que a outra pessoa chegou a me mandar mensagem expondo o relacionamento entre eles, tentei reconstruir. Engravidei do segundo filho mais uma vez tentando corrigir a rota do abuso com amor.”
Contudo, o que ela descreve como uma tentativa de reconciliação se transformou em uma rotina de sofrimento:
“Ao invés da relação dar sinais de melhora, os abusos se transformaram em pesadelos diários. E a pressão psicológica e moral passou a ser regra.”
Ela reconhece que insistiu na relação na esperança de que o amor pudesse superar o abuso, mas conclui que isso era impossível sem respeito:
“Me agarrei à falsa esperança de que o amor pudesse curar o que, na verdade, era abuso. Mas não há cura quando não há respeito. Não há reconstrução possível onde há destruição emocional diária.”
Marussa afirma que permaneceu na relação para poupar os filhos do trauma do divórcio e por medo da exposição pública. Porém, em 2025, ao decidir romper definitivamente e buscar paz, foi novamente vítima de agressão física:
“Eu estava sozinha, buscando forças para sair de um relacionamento que nunca deveria ter sido construído. Em 2025, resolvi seguir com minha vida para tentar voltar a ter paz, ele reagiu com ódio e me espancou pela segunda vez, agora com mais intensidade.”
A partir desse episódio, a deputada decidiu denunciar formalmente as agressões, registrando um boletim de ocorrência e tornando o caso público como forma de romper com o ciclo de violência e incentivar outras mulheres a fazerem o mesmo.
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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