Resgatada após uma denúncia anônima ao Ministério do Trabalho e Previdência através da conta @trabalhoescravo no Instagram, o caso de Maria (nome fictício para proteção da vítima) foi destaque hoje na coluna do jornalista Leonardo Sakamoto numa matéria também assinada por Piero Locatelli, no portal UOL.
Diferentemente do noticiário estadual, os jornalistas conseguiram, enfim, identificar o acusado de manter Maria por 32 anos em um regime análogo à escravidão em Mossoró. Sem salário, sem férias, sem folgas semanais e recebendo como retribuição pelo seu trabalho, “presentes” ocasionais do pastor Geraldo Braga da Cunha, da Assembleia de Deus, que também responderá por uma acusação de abuso sexual.
Segundo a auditora Marina Cunha Sampaio, coordenadora da ação em Mossoró, Geraldo, sua esposa e os quatro filhos discordaram da caracterização de trabalho análogo ao de escravo ao tratamento dispensado a Maria, que, segundo eles, era tratada “como se fosse uma filha” desde que chegou à casa.
Ainda assim, considerada uma “filha”, o pastor Geraldo Braga da Cunha diz que teve uma relação consensual com Maria, que, por sua vez, diz que sentia “nojo” da situação vivida. Para a auditora “ela não teria como consentir ou não com relações sexuais porque estava na situação vulnerável de alguém que é reduzido à condição análoga à de escravo. Consideramos que foram relações de abuso.” A esposa do pastor diz que perdoa Maria pela “relação” vivenciada com o esposo.
Além de Sakamoto, vários sites do país também reproduziram a notícia nesta terça-feira, como o Portal Forum e o Brasil 247 (veja abaixo).
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