A manhã da última quarta-feira (26) foi marcada por um episódio de grande tensão na sede da Prefeitura Municipal de Areia Branca. Um homem, que procurava um servidor público para tirar satisfações sobre boatos, acabou protagonizando um tumulto que resultou em agressões a policiais civis e culminou na prisão em flagrante do suspeito. O caso, que rapidamente ganhou repercussão nos bastidores do Executivo, desencadeou ainda a renúncia de duas figuras estratégicas da administração: o secretário de Segurança Pública, Yago Bruno, e a diretora do Hospital Municipal Sara Kubitschek, Girlânia Ciria.
De acordo com informações da Polícia Civil, o homem teria entrado no prédio de forma exaltada, dirigindo-se de maneira hostil à sala onde se encontrava o servidor. Policiais da 42ª Delegacia de Polícia, que estavam na prefeitura para tratar de questões administrativas, ao perceberem a movimentação suspeita, abordaram o indivíduo e solicitaram que levantasse a camisa para verificar se portava algum objeto. A abordagem, entretanto, foi recebida com agressividade. O suspeito desferiu um chute em um dos agentes e tentou agredir outro, sendo contido e algemado para garantir a segurança de servidores e presentes.
Ainda segundo a Polícia Civil, durante o trajeto até a viatura, o suspeito proferiu ofensas e ameaças contra os policiais. A ocorrência foi conduzida ao delegado titular da 42ª DP, que lavrou o auto de prisão em flagrante.
Renúncia do secretário de Segurança
Poucas horas após o ocorrido, o secretário municipal de Segurança Pública, Yago Bruno, divulgou uma nota oficial informando sua decisão de colocar o cargo à disposição da gestão. Na manifestação, o secretário alegou ter sido alvo de ameaças, difamações e desacato durante o episódio, o que comprometeu a ordem e o andamento das atividades laborais.
“Decidi, por iniciativa própria, colocar meu cargo de Secretário Municipal de Segurança Pública de Areia Branca à disposição da gestão municipal. Essa decisão visa garantir que as investigações transcorram de forma isenta, sem qualquer possibilidade de interferência por parte deste secretário”, afirmou Yago Bruno no comunicado.
Diretora do hospital também entrega o cargo
Na noite do dia seguinte, a diretora do Hospital Municipal Sara Kubitschek, a enfermeira Girlânia Ciria, seguiu o mesmo caminho e anunciou sua saída do cargo. Em sua nota, Girlânia destacou que a decisão tem como objetivo assegurar a transparência das apurações.
“Diante dos fatos ocorridos nos últimos dias que envolvem meu nome e com o intuito de assegurar a transparência necessária para o esclarecimento dos mesmos, venho por meio desta comunicar que deixo, por decisão própria, meu cargo de Diretora do Hospital de Areia Branca à disposição da gestão municipal”, declarou.
A ex-diretora ainda enfatizou seu compromisso com a ética e agradeceu pela confiança recebida. “Continuo acreditando firmemente que a verdade sempre prevalecerá, pois essa é uma regra fundamental do tempo. Reforço meu compromisso com a ética profissional e pessoal, assegurando minha índole e respeito em todas as circunstâncias”, finalizou.
Silêncio da prefeitura e temor de crise
Até o momento da publicação desta matéria, a Prefeitura de Areia Branca não se pronunciou oficialmente sobre o tumulto nem sobre as duas exonerações. Nos bastidores, o episódio já é interpretado como um possível prenúncio de uma crise sem precedentes na gestão municipal, que foi iniciada em janeiro deste ano.
Foto: Reprodução
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