Por Caio César Muniz, jornalista.
Nunca se perseguiu tanto a imprensa quanto nos últimos anos, no Brasil, então, é claro as tentativas de se macular o papel de jornalistas, caso estes não rezem pela cartilha de “A” e de “B”, em detrimento da informação.
A mácula de “jornalista vendido”, tão propalada, destoa da falta de apoio ao jornalismo sério, e esquece-se que, por trás de toda notícia tem um ser humano, com lados sim, com posições ideológicas sim, mas, e talvez, principalmente, com dificuldades pessoais também.
O discurso de imprensa isenta não se sustenta e isto não está errado, na verdade, errado é mentir ao público/leitor, consumir da informação. Nos Estados Unidos da América, quando das eleições presidenciais, grandes veículos como o The New York Times publicam em seus editoriais quem irão apoiar, cabe então ao leitor decidir se continua a ler as suas informações ou não.
A “venda” do apoio também não é mal, é sobrevivência do ser humano do outro lado do balcão. O que não vale é vender a alma a qualquer preço e se abraçar cegamente a determinadas siglas por paixão, senão, corre-se o grande risco de se macular a ética, pilar principal da imprensa, do jornalismo e do homem.
Neste Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, louvo Dorian Jorge Freire e Herzog, pela bravura e dedicação à notícia, o último, perseguido e morto durante a Ditadura Militar, o mossoroense, pelo pioneirismo e lições deixadas aos escribas locais.
Louvo quem leva a imprensa a sério, que não descansa, que luta por dias melhores, quem valoriza seu trabalho, sem, no entanto, tornar-se um mercenário da notícia. Viva a imprensa séria mundial, do Brasil, de Mossoró! “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!”