Reconhecido internacional, o artista visual potiguar Ramussen Sá Ximenes, ou simplesmente “Mocó” é uma destas figuras que, pela sensibilidade que possui, enxerga o belo escondido onde ninguém mais ver.
Natural de Currais Novos, mas radicado nos Estados Unidos há cerca de dezesseis anos, há uns quatro ou cinco está novamente no Rio Grande do Norte, juntamente com sua esposa, Carla, desenvolvendo projetos inusitados, como a Mocotopia, uma espécie de resgate, através das artes, de antigos casarões do Nordeste, especialmente no RN, alguns em completo abandono e totalmente dilapidados por vândalos e pela ação do tempo.
Neste final de semana Mocó veio às redes sociais expor um perrengue sem igual pelo qual está passando, justamente pelo grande “crime” de tentar trazer de volta à vida, um destes casarões, localizados na cidade de Antônio Martins, doado pelo avô de Carla, sua esposa, à extinta Rede Ferroviária do Nordeste – RFFSA.
Em ruínas, como muitos outros espalhados pelo Estado, o prédio antigo recebeu novo telhado, limpeza e já se encaminhava para um processo final de recuperação, quando teve que ser abruptamente interrompido. Um ofício encaminhado ao artista pede explicações e atenta de que, além de poder perder o que já foi investido por no projeto, ele poderá ainda ser multado pela iniciativa.
Visivelmente emocionado, Mocó cita o exemplo de algo semelhante realizado por ele e Carla nos EUA e que, ao invés de ser penalizado, foi amplamente abraçado pela comunidade estrangeira. “Nunca houve uma investigação para saber quem roubou estas portas, quem dilapidou tudo isto…” lamenta, diante do fato de agora, quando se tenta justamente fazer o contrário, aparecer empecilhos desta natureza.
Mocó está convocando a sociedade a se mobilizar e ajudá-lo a dar seguimento ao projeto: “vou precisar de advogados, de arquitetos, de todos os amigos que possam ajudar nesta luta, que não será fácil, mas que juntos, poderemos vencer”.
___________________