Segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico), mais de 1 milhão de potiguares, o equivalente a 28% da população, vive em situação de extrema pobreza. São 1.018.671 pessoas inscritas no CadÚnico sobrevivendo apenas com o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família). O Rio Grande do Norte tem uma população de 3.535.165 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O recorte inclui pessoas de todas as idades e ainda, aquelas em situação de rua. Os efeitos deste cenário são acentuados com o recrudescimento de outro problema grave: a fome. Um estudo inédito realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), aponta que nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.
No Nordeste, a fome atingiu 13,8% dos domicílios, segundo o documento da Rede Penssan, intitulado “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19”.
Os estados de Sergipe, Pará, Piauí e Maranhão são as unidades federativas que mais diminuíram o índice de pobreza nos anos de 2019 e 2020, segundo dados divulgados este mês pelo IBGE. Sergipe ficou à frente nos resultados. O estado conseguiu diminuir em 8,9 pontos percentuais a quantidade de pessoas pobres. No Pará, o percentual caiu em 8,8 pontos. Já no Piauí e no Maranhão, a pobreza caiu 6,7 e 5,6 pontos percentuais, respectivamente.
A queda da pobreza nesses estados foi mais acentuada que no restante do país, que ficou com média de 1,8 ponto porcentual, no mesmo período. O Rio Grande do Norte não registrou queda no período.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
Segundo o IBGE, as transferências de renda via programas sociais como o auxílio emergencial impediram em 2020 uma disparada da extrema pobreza no Brasil. Com o impacto dos programas sociais, o percentual de pessoas em extrema pobreza caiu para 5,7% no ano inicial da pandemia.
Em um cenário simulado, sem o suporte das medidas de auxílio, que mitigaram a crise vista no mercado de trabalho, a proporção de brasileiros em extrema pobreza alcançaria 12,9% em 2020. Ou seja, seria mais do que o dobro do resultado verificado. A marca de 12,9% corresponderia a cerca de 27,3 milhões de brasileiros, diz o IBGE.
A projeção faz parte da Síntese de Indicadores Sociais, publicação anual que avalia uma série de resultados nas áreas de economia, educação, habitação e saúde. Para definir a linha de extrema pobreza, o IBGE levou em conta o critério do Banco Mundial, que abrange pessoas que sobrevivem com menos de US$ 1,90 por dia — ou R$ 155 per capita por mês, conforme a cotação e a metodologia utilizadas na síntese.
Em 2019, o percentual de brasileiros em pobreza extrema havia sido de 6,8%, maior do que o verificado em 2020. Esse número leva em consideração o impacto dos programas sociais.
A marca de 5,7%, registrada em 2021, é a menor desde 2015 (5,1%). A série do IBGE reúne dados a partir de 2012.
O instituto fez outra comparação levando em conta a linha de pobreza de menos de US$ 5,50 por dia por pessoa (R$ 450 per capita por mês, segundo a pesquisa). É o nível de pobreza considerado pelo Banco Mundial para países de renda média-alta, como é o caso do Brasil.
Com o suporte dos programas sociais, a proporção de brasileiros nessa condição foi de 24,1% em 2020, a menor desde 2014 (23,8%). O percentual do ano passado equivale a quase 51 milhões de pessoas. Sem as transferências de renda, a proporção teria saltado para 32,1%. O percentual corresponderia a cerca de 67,7 milhões de brasileiros.
Fonte: Portal Potiguar News.
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