A policial civil Jessica Martinelli foi vítima de abus0 s3xual dos 9 aos 11 anos por parte de um amigo da família. Ela só conseguiu denunciá-lo aos 15 anos. E ele só foi preso em 2016, 10 anos depois de cometer o crime.
Em entrevista ao Metrópoles, a policial civil conta que os abus0s só cessaram após o rompimento da amizade entre os pais e o homem. O momento em que se sentiu pronta para contar foi aos 15 anos. Ela primeiro revelou o segredo para sua irmã mais velha. Depois, os pais souberam o que tinha acontecido pelo relato da outra filha.
“Foi uma das partes mais difíceis. Lembrar o semblante dela (irmã) de quando eu contei e a dor que ela sentiu. Ainda é muito doloroso. Mas me conforta lembrar o quanto ela foi meu acolhimento e proteção durante todo o processo.”
Após o registro do boletim de ocorrência, deu-se início aos 15 anos de processo até a prisão do homem. Nesse período, ela relata que o mais difícil era ter de repetir diversas vezes os acontecimentos e, em muitos momentos, se sentir descredibilizada. Além dos percalços que teve com a delegacia, Ministério Público e o Poder Judiciário.
“Hoje, existe uma delegacia especializada para esse tipo de denúncia. Na minha época não tinha. Nós tivemos várias mudanças na legislação, a primeira delas diz respeito ao tempo da pena, ele ficou preso por apenas um ano porque na época tinha que cumprir 1/6 da pena. Hoje a pena é muito maior para estupr0 de vulnerável”, explica Jéssica.
Os traumas a acompanharam ao longo da vida. “Tinha problemas de aceitação com o meu corpo e uma imagem completamente distorcida do sexo. Até meus 21 anos, o sexo era uma coisa ruim, era uma coisa negativa, só fui conhecer meu corpo aos 25 anos.”
Via Metrópoles
Foto: Metrópoles
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