Vanécia Fernandes, a primeira mulher a ocupar o cargo de condutora de ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no Rio Grande do Norte, não foi convocada pela nova administração do município de Areia Branca, liderada pelo prefeito Souza Neto. Além de condutora, Vanécia é técnica de enfermagem e brigadista, reconhecida por sua competência, dedicação e por inspirar outras mulheres a ocuparem espaços em profissões historicamente dominadas por homens.
O caso tem gerado grande repercussão, especialmente pelas acusações de discriminação de gênero e perseguição política. Segundo relatos, Vanécia teria sido descartada por não compartilhar das mesmas posições políticas do atual gestor. Em vez de renovar o contrato de profissionais locais já capacitados e com histórico de eficiência no município, o prefeito optou por substituir esses trabalhadores por profissionais de outras cidades. Essa decisão não só desvaloriza a mão de obra local, como também implica gastos extras com treinamento e tempo de adaptação, podendo prejudicar o atendimento à população.
A demissão é considerada um ataque à liberdade de expressão e à democracia, princípios garantidos pela Constituição Federal. Além disso, a decisão reforça práticas discriminatórias e representa um retrocesso em uma sociedade que ainda luta por igualdade de gênero e valorização profissional.
O prefeito optou ainda por treinar novas pessoas, investindo tempo e dinheiro em capacitações, correndo o risco de atrasar o funcionamento pleno das equipes, quando poderia simplesmente manter os profissionais que já vinham desempenhando suas funções com eficiência e resultados comprovados.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e da democracia têm condenado a postura da administração municipal, alertando para os impactos dessa decisão, que atinge diretamente uma profissional exemplar, com vasta experiência e reconhecida pelo cuidado e comprometimento no exercício de suas funções.
A escolha de desconsiderar profissionais treinados e qualificados da própria cidade, optando por investir tempo e recursos públicos no treinamento de novos trabalhadores, tem levantado questionamentos sobre a prioridade da gestão em relação à saúde pública e à eficiência dos serviços prestados.
O caso continua mobilizando a atenção da sociedade e reforça o debate sobre a necessidade de compromisso com os princípios democráticos, igualdade de oportunidades e respeito aos direitos humanos no setor público.
Foto: Reprodução
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