O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou, em 2025, a substituição gradual do exame citopatológico conhecido como Papanicolau pelo teste molecular de DNA-HPV para o rastreamento do câncer do colo do útero. Essa mudança visa aprimorar a detecção precoce do papilomavírus humano (HPV), principal causador desse tipo de câncer.
Principais mudanças e benefícios
1. Maior sensibilidade diagnóstica: O teste de DNA-HPV identifica diretamente o material genético do vírus, permitindo detectar infecções antes que ocorram alterações celulares. Isso proporciona uma detecção mais precoce e precisa das lesões precursoras do câncer cervical.
2. Intervalos mais longos entre os exames: Com a maior sensibilidade do novo teste, o intervalo entre as coletas poderá ser estendido para cinco anos, desde que não haja detecção do vírus. Anteriormente, com o Papanicolau, recomendava-se a repetição do exame a cada três anos após dois resultados normais consecutivos.
3. Faixa etária mantida: A faixa etária para o rastreamento permanece entre 25 e 64 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.
4. Implementação gradual: A substituição será realizada de forma progressiva, com início em projetos-piloto em algumas regiões, como Pernambuco, e expansão para outras áreas do país. A coleta do novo exame é semelhante à do Papanicolau, podendo ser realizada por profissionais de enfermagem capacitados na Atenção Primária à Saúde.
5. Recomendação internacional: A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o teste de DNA-HPV como método primário para o rastreamento do câncer do colo do útero, devido à sua eficácia na redução de casos e mortalidade associados à doença.
A decisão de incorporar o teste molecular ao SUS foi respaldada por estudos, como o realizado em Indaiatuba (SP) em 2021, que demonstraram a superioridade do DNA-HPV em relação ao Papanicolau. Em 2023, o Ministério da Saúde investiu R$ 18 milhões em um projeto-piloto em Pernambuco para avaliar a viabilidade da implementação do novo exame na rede pública.
A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) e aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A expectativa é que a substituição completa ocorra nos próximos anos, contribuindo para a redução da incidência e mortalidade por câncer cervical no Brasil.
Foto: Reprodução/Freepik
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